não tão adorável...
- Rita Oliveira
- 25 de mai. de 2019
- 5 min de leitura
Marina Rosa Brunetto, a aspirante a escritora, de 27 anos, atualmente praticante de triatlo (trabalhar, estudar e escrever), conta sobre suas inspirações e aspirações.

Acadêmica no curso de letras (espanhol) na UEPG, Marina relata que sua inspiração para a escrita provém do amor e das pessoas.
Conta que é muito observadora e esse seu hábito faz com que aproprie-se dos sentimentos alheios para escrever, e então, dar-lhes formas novas para que possam novamente serem sentidos.
Maria diz que começou a escrever com 8 anos, na 2º série, quando escreveu um conto, "O aniversário do tatu bola". Como gostou de expressar-se através das palavras e suas formações, iniciou o habito de escrever em diários seus sentimentos, algumas frases soltas e tantos outros fragmentos que considerasse importantes.
Mas foi na adolescência que isso se tornou mais real, conta então que após um sonho, começou a escrever um conto sobre um amor não correspondido, com 16 anos e sem pretensão alguma, o qual foi tomando forma e volume de um livro. Este que é escrito e editado até hoje.
Sobre a inspiração através de renomados nomes, Marina cita como boas leituras primeiramente Paulo Coelho, autor da obra 11 minutos, a qual Marina leu escondida da sua sua mãe, com 13 anos de idade. Lembra ainda de Neil Gaiman. Declara-se apaixonada por Sandman, Augusto dos Anjos, Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Fernando Sabino.
São muitos amores da literatura, dos quais acaba pegando um pouquinho de cada e colocando em seus versos e palavras.
Conta também um pouco mais sobre os 2 livros, romances, nos quais trabalha. O primeiro, "Pegando Carona" começou aos 16 anos, após sonhar que corria pelo corredor do colégio e dava um encontrão em um menino que não via exatamente como era. A partir deste sonhos iniciou a escrever um conto.
Na época, Marina gostava de um menino do colégio, o qual se chamava Gabriel e aí criou o tal rapaz do sonho.
Mas então o conto foi ficando muito longo, que virou logo um livro.
A história é da protagonista Miah com o jovem Gabriel. Ele participa de corridas clandestinas de moto e é um dos melhores das pistas. No entanto o que eles não sabem é que o maior inimigo de Gabriel, Lyon, é ex namorado da Miah. Só que Lyon abandonou Miah hà alguns anos atrás, mesmo a amando. Então quando voltar para participar da grande corrida que vai ocorrer na cidade, Gabriel não vai gostar de saber que seu maior inimigo está namorando com a mulher que ama. Lyon e Gabriel irão disputar tanto o título de melhor das pistas quanto o coração de Miah.
O segundo livro, se chama Mosaico: baseado em "afetos reais", que tá muito no início e é inspirado na minha própria história e amores vividos.
Quanto as maiores fontes e momentos de inspiração, a jovem literata indica que escreve sempre, mas os seus textos mais bonitos nasceram de momentos de dor, de sofrimento, de tristeza. "O que me ajuda muito, é que a minha essência é dramática, melancólica e até um tanto mórbida sombria", diverte-se buscando uma auto definição.
"E isso ajuda sempre". Conta que mesmo que não esteja passando por um momento de sofrimento, se acaso senta-se pra escrever e concentra um pouco, essa natureza aflora e os textos saem.
Acredita que até na alegria, é um pouco triste por ter essa natureza mais dramática. Ela afirma que as pessoas se identificam muito com essas ideias, porque estamos vivendo na era do desapego, do orgulho, do imediatismo, onde as pessoas não se empenham mais em relacionamentos ou não se permitem um relacionamento profundo com os outros. E por isso há tanta gente se identificando com seus textos.
Já sobre seus sonhos, revela a vontade de publicar esses e tantos outros livros que pretende escrever. Escolhera a faculdade de letras, porque sonha em ser uma escritora, e assim viver de suas conquistas nessa área. Conta também que ainda não foi atrás de editoras por considerar seus livros estão muito crus, mas que com mais conhecimento e maturidade no momento certo isso deverá acontecer.
Ainda sobre a aceitação do público, acredita que as pessoas se identificam muito, pois vive-se a era do desapego, do orgulho e do imediatismo, onde as pessoas não se empenham mais em relacionamentos ou não se permitem um relacionamento profundo. É então por isso que há tanta gente se identificando com seus textos, e é nessa vertente também que saem tantas páginas de textos assim. Há muita identificação por ter muitas pessoas sentindo o peso dessa era de desapego.
Marina sente o peso de sentir se exigente consigo mesma, pois como há uma demanda grande de paginas publicando praticamente sobre o mesmo o tema, ela só posta quando sente que seu texto, mesmo que sendo do mesmo tema, há um diferencial nele. "É como se fosse um controle de qualidade, e não que minha página seja apenas mais do mesmo", relata.
Fome de quê ?...
Nas palavras de Marina : "isso é muito abrangente, no meu ponto de vista e pelas pessoa que me relaciono, tem fome de verdade, de novidade, cultura, música. Eu acho que tem muita gente que gosta de tanta coisa e nem sabe, porque não tem acesso.
Por isso que propagar cultura, bons textos, música, é um trabalho muito bem-vindo. E diálogo, pois eu amo uma boa conversa e sempre estou faminta delas".
Um pouco dos escritos de Marina...
"Eu lembro de te amar demais, te idolatrar demais,te agraciar demais. Eu lembro de me deleitar com seu meio sorriso alheia a pensamentos. Eu me lembro de desejar que meu abraço fosse sempre suficiente. E até o seu ronco baixo e sereno eram músicas aos meus ouvidos. Eu lembro de pegar suas roupas jogada na cama e inalar seu perfume para que ele ficasse em minha alma. Eu lembro de ouvir músicas imaginando nossa história no meio delas . E me rachar de rir do jeito desengonçado de dançar. Lembro de você me xingando por nunca apagar a luz ou por sempre dormir no meio do filme. Lembro de você me beijar toda manhã e o cheiro do seu café amargo. Lembro de nossas discussões,você sempre quis Noronha e eu Gramado. Você sempre preferiu Lenonn e eu McCartney. Você ouvia Hendrix e eu Joplin. Lembro de você guardar o seu disco do The Doors na bolsa e logo em seguida todas as suas roupas. Lembro dos passos que deu até a saída, do último afago sofrido em nossa gata e do barulho oco da porta batendo. Lembro de esperar você voltar. Lembro de tudo, menos do que eu era antes de você."
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Créditos de imagem: Chris Hoult
Edição e revisão: Everaldo Rodrigues de Oliveira, Rita Oliveira
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